Histórias em Quadrinhos são o resultado lógico da união da literatura com imagens. Elas têm grande influência na educação, na formação e na estruturação de conceitos e da personalidade do seu leitor, principalmente as crianças e os jovens que estão em fase de alfabetização e auto-afirmação.
Devido a isso, o profissional de quadrinhos passa a ter uma GRANDE responsabilidade como comunicador.
Exportando talentos
No começo da década de 90, vários desenhistas brasileiros extremamente talentosos ofereceram seus talentos ao mercado norte-americano, trabalhando para revistas de grande expressão como X-Men e Spiderman.
Com o profissionalismo adquirido, muitos desses artistas voltaram seus esforços para o fortalecimento da indústria de quadrinhos no Brasil. Entre eles, estavam Luke Ross, Manny Clark, Fábio Laguna e Klebs Júnior. Depois de trabalhar para Marvel, DC Comics, Dark Horse, Image e outras editoras americanas, os quatro decidiram realizar projetos voltados para o mercado nacional e transmitir seus conhecimentos a novos desenhistas. Foi então que deram início ao Curso Impacto em setembro de 1998 em parceira com a Aeon Comics (loja de quadrinhos em São Bernardo do Campo).
A repercussão da iniciativa foi tão grande que o grupo recebeu alunos de todas as partes do estado de São Paulo e até de fora. O curso continuou a crescer e virou uma escola, a ESCOLA IMPACTO DE QUADRINHOS, e suas aulas passaram a ser ministradas também por outros profissionais de renome. A nova sede também permitiu a instalação do ESTÚDIO IMPACTO que presta serviço para editoras nacionais e estrangeiras, bem como para agências de publicidade.
O CONTATO COM PROFISSIONAIS:
O CURSO IMPACTO oferece um grande diferencial: os alunos estarão em contato com os artistas atuantes no mercado de quadrinhos; serão também incentivados à produção de projetos próprios e em grupo, sendo que os melhores alunos serão oferecidos para as editoras nacionais e internacionais como Marvel e DC, pois a Impacto é a única escola no mundo que também é uma agência e estúdio de quadrinhos.
Tupixel é uma ferramenta de auxílio para quem busca por desenhos feitos em terras tupiniquins.
Em seu banco de dados, o maior do gênero no Brasil, já se encontram mais de 2200 desenhistas, entre eles, grandes mestres do passado, profissionais dos mais diferentes estilos e iniciantes desta arte tão presente em nosso dia-a-dia através de jornais, revistas, livros, internet, embalagens, moda, peças publicitárias, histórias em quadrinhos, tv, cinema e demais mídias impressas e digitais.
Além da diversidade, o site Tupixel contempla um largo período: de Angelo Agostini, que residiu em São Paulo a partir de 1860 (reconhecido por pesquisadores como um dos pioneiros em âmbito mundial), até desenhistas “100% digitais” da atual geração.
Resultado de 12 anos de pesquisa do artista gráfico e ilustrador Faoza, o site não é uma lista fechada, Tupixel está aberto a receber colaborações, logo você pode indicar novos nomes e links pelo e-mail: tupixel@faoza.com
Caso você seja desenhista (profissional ou iniciante) e ainda não estiver listado no site, envie um e-mail com nome, endereço do seu portfólio on-line e um desenho no formato JPG.
Agora deixemos as palavras de lado e vamos aos desenhos: Escolha uma letra no menu, clique na imagem do preview para ver a imagem completa e acesse o link para ver e saber mais do desenhista pesquisado.
Espero que a sua pesquisa seja tão prazerosa quanto foi, e ainda está sendo, a minha.
Faoza
http://feed.nerdcast.com.br/
Viga Mestra 3 – Quadrinistas Vs desenhistas que fazem quadrinhos
por gui.branco
em 13 de abril de 2010
tags: Daniel Brandão
Por Daniel Brandão
História em quadrinhos (HQ) é uma mídia cujo código narrativo deve ser um amálgama indissolúvel entre texto e imagem. Portanto, o ideal seria que o roteiro e o desenho se entrelaçassem de uma maneira harmônica. Para isso, tenho que me render ao óbvio e afirmar que HQs devem ser feitas para se contar algo, sendo mais claro e um tanto quanto redundante, para se contar uma HISTÓRIA.
É inevitável que o desenhista esteja à serviço da história, afinal de contas, o trabalho dele é construí-la, desenvolvê-la e decupá-la. Porém, infelizmente, pelo que se vê por aí, nem todo desenhista coloca o seu talento, sua técnica e sua virtuose à serviço da história. Muitos profissionais da área de quadrinhos, de maneira egóica, colocam a sua arte acima do que deveria estar sendo contado. Acima do texto, desequilibrando a balança da produção, negligenciando, muitas vezes, a clareza e a fluidez narrativa. Acima do objetivo essencial da mídia, esses profissionais investem em um “efeito pavão”, aproveitando-se do espaço das páginas para mostrar ao mundo o quão bela e rebuscada é a sua arte.
Para mim, eles não são quadrinistas. São desenhistas (ilustradores) que fazem – ou tentam fazer – quadrinhos.
Para eu chamar um desenhista de quadrinista, acredito que, antes de tudo, ele deva ter um conhecimento holístico da mídia. É importante entender de narratologia, roteiro, letreiramento, composição de páginas e, principalmente, narrativa.
Se o desenhista entende de narratologia, ele vai construir personagens com os devidos estereótipos do herói, do mentor, do pícaro, do sombra, dentre outros. Além disso, ele reconhecerá facilmente os pontos de virada da história, podendo assim utilizar-se da técnica de virada de página para prender a atenção do leitor com mais eficiência. Através do conhecimento da narratologia, ele poderá utilizar-se da sua arte para preparar as emoções do leitor para o clímax e o desfecho, equilibrando a quantidade de páginas e quadros – e suas intensidades visuais – para os momentos devidos.
Entender de roteiro é importantíssimo para interpretá-lo de maneira devida e, em certos casos, propor mudanças em prol da qualidade da história. Afinal, o desenhista não deve ser um “funcionário” passivo no processo e sim um co-autor.
O desenhista que sabe letrar e balonar saberá deixar espaços “mortos” em lugares estratégicos para que o texto não entre em conflito com a arte e para que a ordem de leitura não fique confusa.
Compor bem uma página e entender de narrativa são aspectos fundamentais nos quadrinhos. Apenas com esses conhecimentos o desenhista saberá escolher o quadro dominante da página e compor os outros no tamanho e formato adequados em prol da fluidez da leitura. O uso ou não do requadro (a moldura do quadrinho) também será decidido por conta desses conhecimentos.
Compor bem uma página tem muito a ver com compor uma música. Uma página de quadrinhos tem um ritmo de leitura que depende do timing da narrativa. O desenhista pode modificar este ritmo variando a quantidade e os tamanhos dos quadros, o tamanho das sarjetas (espaço vazio entre os quadros) e escolhendo transições quadro-a-quadro funcionais de acordo com o que a história pedir.
Já o desenhista que faz quadrinhos não se preocupa com essas coisas. Muitas vezes, ele nem estuda esses tópicos e se preocupa apenas em ser um expert em anatomia, perspectiva e luz e sombra. Não quero dizer que essas coisas não tenham a sua importância. Claro que tem. Afinal, quem não gosta de ver um desenho bonito, bem acabado? Porém, a arte sequencial está além disso. E digo mais, não depende disso. Defendo, inclusive, a ideia de que para fazer quadrinhos de qualidade não seja necessário saber desenhar bem. Ou fotonovela não é quadrinho?
Daniel Brandão foi aluno na Joe Kubert School, dá aulas de quadrinhos e preenche os poucos espaços vazios de sua agenda produzindo HQs.
Estes dois links a seguir abordam a história de inúmeros artistas e trabalhos monográficos que podem inspirar a classe acadêmica:
http://www.guiadosquadrinhos.com/artista.aspx?tipo=tit&busca=a&opcao=2
http://www.guiadosquadrinhos.com/monografias.aspx
Publicação: 12/02/2011
Márcia Maria Cruz – Estado de Minas